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Os testes de diagnóstico são aspetos importantes para fazer um diagnóstico. Certas informações estatísticas sobre a precisão e a validade dos próprios testes podem ajudar a transformar os dados em informação utilizável e aplicável. Alguns dos valores epidemiológicos mais importantes dos testes diagnósticos incluem a sensibilidade e a especificidade, falsos positivos e falsos negativos, valores preditivos positivos e negativos, razões de verossimilhança e probabilidades pré-teste e pós-teste. Por exemplo, um teste com alta sensibilidade é útil como teste de rastreio, enquanto uma alta especificidade é necessária para um diagnóstico preciso. Alternativamente, valores preditivos positivos e negativos ajudam a determinar a probabilidade de doença no caso de determinados resultados de testes.
Última atualização: Jul 28, 2022
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Os testes de rastreio são usados para identificar indivíduos nos estádios iniciais de uma doença e possibilitar a intervenção precoce com o objetivo de reduzir a morbimortalidade.
Os testes de rastreio não fornecem um diagnóstico definitivo:
A utilidade dos testes de rastreio requer a avaliação de:
As tabelas de contingência são usadas frequentemente na análise estatística de múltiplas variáveis. Para avaliar o valor epidemiológico de um teste de rastreio, pode usar-se uma tabela semelhante à apresentada abaixo para determinar as frequências relativas de indivíduos com diferentes combinações de resultados de testes de rastreio (positivos ou negativos) e o estado real de doença (na realidade tem ou não tem a doença).
É importante que a tabela seja disposta de uma forma padronizada para que se possa aplicar fórmulas padrão. A tabela padrão é apresentada abaixo (com os resultados dos testes de rastreio à esquerda, o verdadeiro estado da doença no topo e as respostas “sim” antes das respostas “não”).
Nesta tabela:
Sensibilidade e especificidade são medidas utilizadas para avaliar o desempenho dos testes de rastreio e diagnóstico.
Definição:
Cálculo:
Para calcular a sensibilidade, deve preencher-se uma tabela de contingência 2×2:
A sensibilidade é a proporção de indivíduos que testam positivo no teste de rastreio e que têm a doença (VPs, encontrados na célula A) dividida por todos os indivíduos que estão realmente doentes, independentemente dos resultados do teste de rastreio (VPs e FNs, A + C). A sensibilidade é representada pela seguinte equação:
$$ Sensibilidade = \frac{A}{A + C} $$Exemplo: Avalia-se um novo teste de diagnóstico num grupo de pacientes: sabe-se que 100 pacientes têm a doença e que outros 100 pacientes de um grupo de controlo não têm a doença. Entre eles, 90 pacientes com a doença e 20 indivíduos do grupo controlo apresentam resultado positivo. Qual é a sensibilidade do novo teste?
Resposta: Neste caso, havia 100 pacientes que sabidamente tinham a doença. A sensibilidade é a proporção desses pacientes que foram identificados corretamente com base no teste positivo. A tabela de contingência completa-se da seguinte forma:
Doentes | Grupo de controlo | Total | |
---|---|---|---|
Teste positivo | 90 | 20 | 110 |
Teste negativo | 10 | 80 | 90 |
Total | 100 | 100 | 200 |
Importância da sensibilidade:
Definição:
Cálculo:
A especificidade também é calculada usando uma tabela de contingência semelhante:
A especificidade é a proporção de indivíduos que são verdadeiramente negativos e têm um teste de rastreio negativo (VNs, encontrado no quadrado D) dividida por todas os indivíduos que são realmente negativos, independentemente do resultado do teste de rastreio (VNs e FPs, B + D). A especificidade é representada pelas seguintes equações:
$$ Especificidade = \frac{D}{B + D}\ ou \ Especificidade = \frac{VN}{(FP + VN)} $$onde VN = verdadeiros negativos e FP = falsos positivos
Exemplo: Testa-se um novo teste de diagnóstico num grupo de pacientes: sabe-se que 100 pacientes têm a doença e que outros 100 pacientes de um grupo de controlo não têm a doença. Entre eles, 90 pacientes com a doença e 20 indivíduos do grupo de controlo apresentam um resultado positivo. Qual é a especificidade do novo teste?
Resposta: Neste caso, sabe-se que todos os pacientes do grupo controlo estão livres de doença. A especificidade é a proporção desses pacientes que foram identificados corretamente com base no teste negativo. A tabela de contingência completa-se da seguinte forma:
Doentes | Grupo de controlo | Total | |
---|---|---|---|
Teste positivo | 90 | 20 | 110 |
Teste negativo | 10 | 80 | 90 |
Total | 100 | 100 | 200 |
Importância da especificidade:
Os valores preditivos também são chamados “taxas de precisão”.
Definição:
O valor preditivo positivo é a percentagem de indivíduos com teste positivo que realmente tem a doença entre todas as pessoas com resultado positivo (A), independentemente de terem ou não a doença (A+B).
Cálculo:
O valor preditivo positivo é calculado usando a equação:
$$ Valor\ preditivo\ positivo = \frac{A}{A + B} $$em que A = verdadeiros positivos e B = falsos positivos
Exemplo: Testa-se um novo teste de diagnóstico num grupo de pacientes: sabe-se que 100 pacientes têm a doença e que outros 100 pacientes de um grupo de controlo não têm a doença. Entre eles, 90 pacientes com a doença e 20 indivíduos do grupo controlo apresentam resultado positivo. Qual é o valor preditivo positivo do novo teste?
Resposta: O valor preditivo positivo questiona a proporção de casos VP de entre todos os casos positivos (VP + FP). A tabela de contingência completa-se da seguinte forma:
Doentes | Grupo de controlo | Total | |
---|---|---|---|
Teste positivo | 90 | 20 | 110 |
Teste negativo | 10 | 80 | 90 |
Total | 100 | 100 | 200 |
Diferença entre valor preditivo positivo e sensibilidade:
Definição:
O VPN é a percentagem de indivíduos com resultado negativo no teste que estão realmente livres da doença (D), entre todos os indivíduos com resultado negativo (independentemente de terem ou não a doença, C + D).
Cálculo:
O VPN é calculado usando a seguinte equação:
$$ VPN = \frac{D}{C + D} $$em que D = verdadeiros negativos e C = falsos negativos
Exemplo: Testa-se um novo teste de diagnóstico num grupo de pacientes: sabe-se que 100 pacientes têm a doença e que outros 100 pacientes de um grupo de controlo não têm a doença. Entre eles, 90 pacientes com a doença e 20 indivíduos do grupo de controlo apresentam resultado positivo. Qual é o VPN do novo teste?
Resposta: O VPN questiona a proporção de casos VN de todos os casos negativos (VN + FN). A tabela de contingência completa-se da seguinte forma:
Doentes | Grupo de controlo | Total | |
---|---|---|---|
Teste positivo | 90 | 20 | 110 |
Teste negativo | 10 | 80 | 90 |
Total | 100 | 100 | 200 |
Diferença entre VPN e especificidade:
Exemplo da gravidez:
Num estudo, 4.810 mulheres fazem um teste de gravidez de urina em casa. Todas foram submetidas a uma ecografia para confirmar se estão ou não realmente grávidas. Entre elas, 9 mulheres tiveram resultado positivo no teste de gravidez na urina e descobriram na ecografia que estavam grávidas; 1 mulher teve um resultado negativo no teste de gravidez na urina, mas na verdade estava grávida; 351 mulheres tiveram resultado positivo no teste de gravidez de urina e não estavam grávidas; 4.449 mulheres tiveram resultado negativo no teste de gravidez na urina e o resultado da ecografia confirmou que não estavam grávidas. (Nota: estes são dados de uma amostra e não representam valores reais.)
Neste exemplo, o teste de gravidez em casa é o teste de rastreio e “gravidez” é o estado de “doença”.
A tabela de contingência é a seguinte:
Grávida | Não grávida | Total | |
---|---|---|---|
Teste positivo | 9 | 351 | 360 |
Teste negativo | 1 | 4,449 | 4,450 |
Total | 10 | 4,800 | 4,810 |
Pergunta clínica | O que está a ser perguntado? | Equação | Resposta |
---|---|---|---|
Se a mulher está realmente grávida, qual é a probabilidade de o teste de gravidez na urina ser positivo? | Sensibilidade | = A / (A + C)
= 9 / (10) |
90% |
Se uma mulher não está realmente grávida, qual é a probabilidade de o teste de gravidez na urina mostrar corretamente que ela não está grávida? | Especificidade | = B / (B + D)
= 4.449 / 4.800 |
92,7% |
Se uma mulher testar positivo no teste de gravidez de urina, qual é a probabilidade de estar realmente grávida? | Valor Preditivo Positivo | = A / (A + B)
= 9/360 |
2,5% |
Se uma mulher testar negativo no teste de gravidez de urina, qual é a probabilidade de realmente não estar grávida? | VPN | = D / (C + D)
= 4.449 / 4.450 |
99,9% |
Usando o mesmo exemplo de gravidez na secção acima, e sabendo que a sensibilidade foi de 90% e a especificidade de 92,7%, o LR+ e o LR‒ podem ser calculados da seguinte forma:
LR+ = 0,9 / (1 ‒ 0,927) = 12,3 = 1230%
LR‒ = (1 ‒ 0,9) / 0,927 = 0,11 = 11%
Interpretação: Há uma probabilidade 12 vezes maior de uma mulher com teste positivo estar realmente grávida. Um resultado de teste negativo reduz as chances de estar grávida em 89%.