As modalidades de diagnóstico, como as radiografias de tórax, permitem a obtenção de imagens estáticas da cavidade torácica, incluindo dos pulmões e das vias aéreas. Embora permitam obter uma variedade de informações anatómicas, necessárias para o diagnóstico de doenças pulmonares, as radiografias de tórax não fornecem muita informação sobre a função respiratória do indivíduo. Os testes de função pulmonar são um grupo de procedimentos diagnósticos que permitem obter informações úteis e quantificáveis sobre a taxa de fluxo de ar através das vias aéreas do indivíduo, a capacidade pulmonar e a eficiência das trocas gasosas em relação ao tempo. Os exames mais utilizados são a espirometria (antes e após o uso de broncodilatador), os volumes pulmonares e a quantificação da capacidade de difusão do monóxido de carbono (CO, pela sigla em inglês). Os testes podem ser influenciados pelo esforço/fadiga do indivíduo, estado de doença ou pela presença de malformações anatómicas.
Última atualização: Jul 19, 2022
Representação gráfica dos volumes pulmonares medidos por pletismografia corporal:
Os volumes pulmonares podem ser medidos e calculados colocando um indivíduo numa caixa com um volume conhecido e realizando manobras respiratórias específicas, permitindo ao médico diagnosticar a patologia que cursa com alterações nos volumes pulmonares.
Curvas de fluxo-volume:
Os resultados dos testes de espirometria são frequentemente representados como gráficos padronizados denominados de curvas de fluxo-volume. Os gráficos geralmente mostram o volume no eixo x e o fluxo no eixo y (o fluxo para fora dos pulmões é positivo, o fluxo para dentro dos pulmões é negativo). Uma curva de fluxo-volume representa um ciclo respiratório capturado durante a espirometria.
PEF, pela sigla em inglês: pico de fluxo expiratório
MEF, pela sigla em inglês: fluxo expiratório máximo
FEF: fluxo expiratório forçado
FVC, pela sigla em inglês: capacidade vital forçada
FIF: fluxo inspiratório forçado
Esquerda: curva de fluxo-volume normal
Meio: espirometria com ansa obstrutiva (o fluxo expiratório está diminuído)
À direita: espirometria com ansa restritiva (os volumes diminuem, mas o fluxo permanece relativamente o mesmo)
Curva de fluxo-volume de uma obstrução fixa: O diâmetro da via aérea é fixo (tumores das vias aéreas), de modo que o fluxo expiratório e inspiratório não podem aumentar além de um ponto definido pelo diâmetro físico da via aérea, levando a um platô tanto da porção expiratória, quanto da porção inspiratória da via aérea.
Curva de fluxo-volume extratorácica variável: A obstrução variável das vias aéreas extratorácicas (disfunção das cordas vocais) agrava na inspiração, quando a pressão negativa na porção extratorácica da via aérea é mais alta, levando ao achatamento da porção inspiratória da curva.
Curva de fluxo-volume intratorácica variável: A obstrução intratorácica variável (asma) é maior na expiração, quando o diâmetro das vias aéreas intratorácicas é menor (representado como um achatamento da fase expiratória da curva).
Parâmetro | Doença pulmonar obstrutiva | Doença pulmonar restritiva |
---|---|---|
CPT | Alta/normal | Muito baixa |
CV ou CVF | Baixa/normal | Muito baixa |
VR | Alto | Baixo |
CRF | Alta | Baixa |
VEF1 | Muito baixo | Normal/baixo |
VEF1/CVF | Baixo | Normal/alto |
As seguintes condições são diagnosticadas através de testes de função pulmonar: