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Politraumatismo

Um politraumatismo ocorre quando 2 ou mais lesões traumáticas ocorrem em pelo menos 2 áreas do corpo. É necessária uma abordagem sistemática em vítimas traumáticas, de forma a maximizar os resultados e reduzir o risco de lesões não reconhecidas. A avaliação do politraumatismo começa com uma avaliação primária, seguida pela abordagem A-B-C-D-E, envolvendo a segurança da via aérea (A), e avaliação da respiração (B), circulação (C), reconhecimento de disfunção neurológica (D), e exposição ao controlo do meio envolvente (E). Quando a avaliação primária é concluída, é realizada uma avaliação secundária, de forma a obter a história e a natureza do traumatismo, com base num exame objetivo completo e exames diagnósticos. A abordagem ABCDE é crucial para a estabilização geral, tratamento e identificação de quaisquer lesões não reconhecidas.

Última atualização: Jul 11, 2022

Responsibilidade editorial: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

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Descrição Geral

Definição

Um politraumatismo é definido como 2 ou mais lesões graves, em pelo menos 2 áreas do corpo (com pelo menos 1 lesão potencialmente fatal).

Epidemiologia

O traumatismo é uma das principais causas de mortalidade e morbidade em todo o mundo.

  • Em todo o mundo, os acidentes de viação são a principal causa de morte acidental na faixa etária de 18 a 29 anos.
  • O homicídio é a principal causa de morte em rapazes negros não hispânicos na adolescência.

A hemorragia é a causa de mortalidade evitável mais comum no trauma.

Fatores associados a maus resultados no trauma:

  • Idade avançada
  • Obesidade
  • Comorbidades major

Avaliação Primária

A avaliação primária consiste na avaliação inicial, usada para identificar e tratar lesões potencialmente fatais, numa vítima de trauma. A avaliação consiste em 5 avaliações realizadas de forma escalonada: via aérea (airway), respiração (breathing), circulação (circulation), disfunção neurológica (disability) e exposição (exposure).

Via aérea

  • Objetivo:
    • Estabelecer a permeabilidade da via aérea
    • Avaliar a capacidade de um indivíduo na proteção da via aérea
    • Proteger a via aérea:
      • Via aérea orofaríngea, para evitar obstrução pela língua em indivíduos inconscientes, mas que respiram
      • Intubação se necessário
    • Imobilização da coluna vertebral com plano duro e colar cervical rígido
  • Causas de compromisso da via aérea:
    • Lesão traumática
    • Pela língua do indivíduo afetado
    • Corpo estranho (e.g., deglutição de um objeto externo)
    • Vómitos, sangue e secreções
    • Edema localizado por infeção ou anafilaxia
  • Avaliação da via aérea:
  • Vítima consegue falar normalmente → a via aérea está intacta
  • Sinais de uma via aérea desprotegida:
    • Movimentos toracoabdominais assíncronos
    • Cianose
    • Sons respiratórios anormais (e.g., roncos, estridor, respiração ruidosa, sibilos expiratórios)
    • Presença de enfisema subcutâneo
    • Escala de Coma de Glasgow (GCS) < 9
  • Abordagem da via aérea:
    • Ventilação adequada com oxigénio a 100%, usando uma bolsa de reservatório e uma máscara
    • Oximetria de pulso para monitorizar os níveis de oxigénio
    • Manobras especiais:
      • Elevação do mento, tração da mandíbula
      • A via aérea oral (tubo orofaríngeo) ou nasal (tubo nasofaríngeo) podem ser usadas para manter temporariamente a permeabilidade da via aérea.
  • Se as manobras falharem, estabelecer uma via aérea definitiva:
    • Intubação endotraqueal (orotraqueal):
      • Inserção de um tubo na traqueia pela boca (menos comummente pelo nariz)
      • Procedimento de 1ª linha
    • Cricotirotomia:
      • Incisão da membrana entre a cartilagem tiroideia e a cartilagem cricoideia
      • Em lesões traumáticas graves, se a intubação falhar ou se a via aérea estiver gravemente edemaciada (anafilaxia)
      • Mais fácil de realizar do que a traqueostomia
      • Procedimento temporário
    • Traqueotomia:
      • Incisão na traqueia e inserção de um tubo traqueal
      • Preferida em indivíduos de idade pediátrica (< 8 anos de idade), uma vez que a cartilagem cricoideia é menor
Acessório de colar cervical para paciente multitraumatizado

Aplicação do plano duro e do colar cervical pelos serviços médicos de emergência em contexto pré-hospitalar:
Se a vítima chegar num veículo pessoal, o colar cervical é aplicado durante a parte da abordagem da via aérea (A) da avaliação primária.

Imagem : “Neck collar attachment for multitrauma patient” por Senior Airman Janiqua P. Robinson. Licença: CC0 1.0

Respiração

  • Objetivo:
    • Detetar sinais de desconforto respiratório
    • Manter oxigenação e ventilação suficientes
    • Se ocorrerem problemas respiratórios nesta fase, pode ser necessário realizar procedimentos (toracostomia) para corrigir o problema.
  • Avaliação da respiração:
    • Ouvir os sons respiratórios.
    • Determinar a frequência respiratória: 12–20 respirações/minutos é normal.
    • Se a frequência respiratória for ↓ ou ↑, considerar assistência da via aérea
    • 40% dos indivíduos que tiveram uma paragem cardíaca podem apresentar uma respiração agónica (série de suspiros ruidosos).
  • Sinais de desconforto respiratório:
    • Inspeção:
      • Cianose central
      • Distensão venosa jugular
      • ↑ Esforço respiratório (e.g., uso de músculos acessórios)
    • Percussão:
      • Timpanismo (pneumotórax)
      • Macicez (hemotórax)
    • Palpação:
      • Desvio traqueal
      • Enfisema subcutâneo
      • Segmentos instáveis
    • Auscultação: ↓ ar inspirado à auscultação
    • Saturação de oxigénio: < 88%
    • ↓ CO 2 expirado (capnografia)
  • Abordagem da respiração:
    • Depende da causa
    • Retornar a A (via aérea) para estabelecer uma via aérea definitiva se houver desconforto respiratório.
    • A toracostomia com dreno (pequena incisão na parede torácica e inserção de um dreno torácico) é necessária em:
      • Pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto
      • Volet costal
      • Hemotórax maciço
    • A pericardiocentese (inserção de uma agulha e um pequeno cateter no pericárdico para drenar o excesso de líquido) é necessária no tamponamento cardíaco.

Circulação

  • Objetivo:
    • Determinar a eficácia do débito cardíaco
    • Garantir a perfusão tecidular adequada
    • Tratar hemorragia externa
  • Causas da má circulação:
    • Choque (incluindo hipovolemia, choque séptico ou anafilático)
    • Lesão traumática das artérias (síndrome compartimental, lacerações arteriais, lesão por esmagamento)
    • Arritmia cardíaca
    • Insuficiência cardíaca
    • Tromboembolismo pulmonar
  • Avaliação da circulação:
    • Indivíduos que não respiram (apneicos): RCP
    • Indivíduos que respiram:
      • Avaliação da pressão arterial: indicação da eficácia do débito cardíaco, considerado ↓ se pressão arterial sistólica < 90 mmHg
      • Verificar a pele (pele fria e húmida é uma indicação de hipovolemia).
      • Verificar o tempo de preenchimento capilar (anormal se > 2 segundos).
      • Verificar o débito urinário (< 0,5 mL/kg/h é considerado baixo).
      • Verificar a FC (↑ FC (> 100/minuto) pode significar choque).
  • Abordagem da circulação:
    • Pressão direta para controlar qualquer hemorragia externa
    • 2 acessos EV de grande calibre colocados em todos os indivíduos afetados. Se inviável, as alternativas incluem:
      • Acesso central pelas veias femorais, jugulares e subclávias
      • Acesso intraósseo
      • Cateteres percutâneos e de venostomia pela veia safena do membro inferior (menos comum)
    • Considerar o protocolo de transfusão sanguínea maciça.
    • Os sinais de choque (pele pálida, fria e húmida, hipotensão) podem não estar inicialmente presentes, até o doente perder até 30% do sangue.
    • Verificar a necessidade de reversão da anticoagulação.

Disfunção neurológica

Avaliação da disfunção neurológica:

  • Examinar as pupilas: A dilatação da pupila sugere massa cerebral ipsilateral ou coleção de sangue causando compressão do 3º nervo craniano.
  • Avaliação da motricidade e sensibilidade
  • Avaliar o nível de consciência e estado mental usando GCS:
    • O doente recebe uma pontuação para a melhor resposta em cada parâmetro.
    • Combina-se a pontuação de cada parâmetro de forma a obter-se uma pontuação total de 3-15.
    • ↑ Número → melhor o prognóstico
    • Uma pontuação ≤ 9 indica coma e a necessidade de intubação endotraqueal.
  • Lesões neurológicas potencialmente fatais incluem:
    • Lesão craniana penetrante
    • Hemorragia intracraniana
    • Lesão axonal difusa
    • Lesão medular alta
Tabela: escala de coma de Glasgow
Característica Resposta Pontuação
Abertura ocular Abertura espontânea 4
Abertura a comandos verbais 3
Abertura à dor 2
Sem abertura ocular 1
Resposta verbal Orientado e adequado 5
Desorientado, mas responde 4
Palavras sem sentido 3
Sons incompreensíveis (gemido) 2
Ausente 1
Resposta motora Cumpre ordens 6
Localiza o estímulo doloroso 5
Movimentos de retirada a estímulos dolorosos 4
Postura de flexão 3
Postura do extensão 2
Flacidez 1

Exposição

O objetivo desta fase é avaliar e tratar os efeitos ambientais negativos:

  • Despir completamente o indivíduo e realizar um exame objetivo completo.
  • Manter o doente aquecido, uma vez que a hipotermia pode desencadear coagulopatias.

Avaliação Secundária

Técnica

O objetivo da avaliação secundária é examinar rápida e minuciosamente o doente da cabeça aos pés e identificar todas as lesões potencialmente significativas.

  • Realizada após a conclusão da avaliação primária e da estabilização inicial
  • Realizada após todas as lesões potencialmente fatais terem sido identificadas e estabilizadas
  • Reunir a história, incluindo o tipo de lesão (contundente ou penetrante) e antecedentes médicos pessoais.
  • Examinar o doente da cabeça aos pés, incluindo todos os orifícios (orelhas, nariz, boca, vagina, reto):
    • Sinais vitais
    • Cabeça e pescoço:
      • Procurar hematomas no couro cabeludo, depressão craniana, laceração.
      • Palpar os ossos faciais.
      • Verificar o nariz, excluindo hematoma septal.
      • Verificar a orelha, excluindo hemotímpano ou equimose retroauricular (sinal de Battle).
      • Exame ocular
      • Imobilizar o doente e palpar o pescoço.
    • Tórax:
      • Verificar a presença de crepitação, áreas dolorosas, hematomas.
      • Verificar o esforço respiratório.
    • Abdómen:
      • Verificar a presença de distensão e hematomas.
      • Auscultar ruídos intestinais.
    • Extremidades:
      • Verificar a presença de dor e amplitude do movimento.
      • Verificar a presença de instabilidade pélvica.
    • Pele:
      • Verificar da cabeça aos pés (especialmente o dorso, períneo e pregas axilares e glúteas).
      • Procurar lacerações, hematomas e escoriações.
    • Exame neurológico: Repetir GCS.
  • Solicitar exames imagiológicos e outros exames, conforme necessário:
    • Radiografia simples
    • A Avaliação Focalizada com Sonografia para Trauma (FAST, pela sigla em inglês) é um componente essencial da avaliação primári da circulação e é usado principalmente na deteção de:
      • Hemopericárdico
      • Hemoperitoneu
    • TC de emergência
  • Voltar frequentemente à avaliação primária para reavaliação!

Mnemónica

Para uma história dirigida, lembrar-se da mnemónica “AMPLE”:

  • Allergy (Alergia)
  • Medications (Medicação)
  • Previous medical history/ illness (Antecedentes médicos)
  • Last meal (Última refeição)
  • Events related to the injury (Eventos relacionados com a lesão)

Evitar lesões não reconhecidas

História, exame objetivo completo e exames complementares de diagnóstico apropriados ajudam a evitar lesões não reconhecidas, como:

  • Trauma abdominal fechado:
    • Lesão de víscera oca
    • Lesão pancreatoduodenal
    • Rotura diafragmática
  • Trauma abdominal penetrante: lesões perineais (inclui lesão retal e ureteral)
  • Trauma torácico:
    • Tamponamento pericárdico
    • Perfuração ou rotura esofágica
    • Lesões aórticas
  • Trauma de extremidades:
    • Fraturas
    • Lesões vasculares
    • Síndrome compartimental

Mecanismos e Lesões Associadas

As tabelas abaixo resumem os diferentes mecanismos de trauma e respetivas lesões específicas associadas.

Colisões de veículos motorizados

Tabela: Colisões de veículos motorizados e lesões associadas
Mecanismo de lesão Potenciais lesões associadas
Colisão de frente
  • Lesões faciais
  • Lesões dos membros inferiores
  • Lesões da aorta
Colisão traseira
  • Lesões por hiperextensão da coluna cervical
  • Fraturas da coluna cervical
  • Síndrome medular central
Projeção do veículo Lesões da coluna vertebral
Danos do para-brisas
  • Lesões cranioencefálicas fechadas (lesões de golpe e contragolpe)
  • Fraturas faciais
  • Fraturas do crânio
  • Fraturas da coluna cervical
Danos do volante Lesões torácicas
Envolvimento/dano do painel
  • Lesões pélvicas e acetabulares
  • Deslocação da anca

Lesões de pedestres versus automóveis

Tabela: Pedestre versus automóvel e lesões associadas
Mecanismo de lesão Potenciais lesões associadas
Baixa velocidade (travagem do automóvel)
  • Fraturas da tíbia e fíbula
  • Lesões do joelho
Alta velocidade Tríade de Waddle (em pedestres pediátricos):
  • Fraturas da tíbia/fíbula ou fémur
  • Lesões toracoabdominais ipsilaterais
  • Lesões craniofaciais contralaterais

Acidentes de bicicleta

Tabela: Acidentes de bicicleta e lesões associadas
Mecanismo de lesão Potenciais lesões associadas
Relacionado ao automóvel
  • Lesões cranioencefálicas fechadas
  • Lesões pelo “volante” (lacerações do baço/fígado, lesões intra-abdominais adicionais)
Não relacionado ao automóvel
  • Lesões nas extremidades
  • Lesões pelo “volante”

Quedas

Tabela: Quedas e lesões associadas
Mecanismo de lesão Potenciais lesões associadas
Impacto vertical
  • Fraturas do calcâneo e membros inferiores
  • Fraturas pélvicas
  • Lesões cranioencefálicas fechadas
  • Fraturas vertebrais lombares
  • Lesões vasculares renais
Impacto horizontal
  • Fraturas craniofaciais
  • Fraturas da mão e do punho
  • Lesões viscerais abdominais e torácicas
  • Lesões da aorta

Relevância Clínica

  • Avaliação ABC: a principal abordagem usada em indivíduos criticamente doentes. A avaliação ABC é uma 1ª fase essencial a ser realizada em muitas situações, incluindo na abordagem de indivíduos que não respondem, em casos de paragem cardíaca, assim como de trauma, e que sejam críticos. Nestes casos, o ABC é incluído na avaliação primária, avaliação inicial e tratamento de lesões.
  • Hematoma epidural: coleção de sangue em rápida expansão entre o osso e a dura-máter, devido à rotura das artérias meníngeas médias. O hematoma epidural é marcado por um intervalo lúcido, paralisias de nervos cranianos e alteração do estado mental. A TC mostra uma coleção de sangue biconvexa (em forma de lente), hiperdensa, que não ultrapassa as linhas de sutura. O hematoma epidural é uma condição potencialmente fatal que requer descompressão cirúrgica.
  • Hematoma subdural: coleção de sangue entre a dura-máter e a membrana aracnoide devido à rotura das veias em ponte. A TC mostra uma coleção de sangue em forma de crescente que ultrapassa as linhas de sutura. Um hematoma subdural pode ser agudo ou crónico, e pode exigir cuidados imediatos, geralmente cirurgia.
  • Hemorragia subaracnoidea (HSA): um tipo de acidente vascular cerebral causado por hemorragia no espaço subaracnoideu craniano e/ou espinhal que rodeia o cérebro. A hemorragia subaracnoidea pode ocorrer espontaneamente ou após trauma. O principal sintoma da HSA é uma súbita e intensa “cefaleia em trovoada”. A hemorragia intracerebral é causada principalmente pela rotura de um aneurisma e requer reparação cirúrgica do aneurisma.
  • Dissecção da aorta: ocorre quando se desenvolve uma fissura no revestimento interno (túnica íntima) da parede da aorta, que faz com que o sangue entre na túnica média. A dissecção da aorta é marcada por uma dor intensa e dilacerante, sendo uma emergência médica grave, que requer um diagnóstico e tratamento urgentes. Os fatores de risco incluem a hipertensão arterial, doenças genéticas e trauma.
  • Síndrome medular central: ocorre tipicamente em lesões por hiperextensão, especialmente em indivíduos idosos com alterações degenerativas da coluna cervical preexistentes. A síndrome medular central afeta os tratos corticoespinhais e as fibras decussantes do trato espinotalâmico lateral, sendo caracterizada por fraqueza de maior predomínio nas extremidades superiores versus nas extremidades inferiores, disfunção vesical e perda sensorial.
  • Traumatismo cranioencefálico: pode ser dividido em fraturas, lesões cranianas traumáticas, hematomas (quer extra-axiais quer parenquimatosos) e lesões axonais difusas. O rápido reconhecimento, estabilização e diagnóstico imagiológico levam ao tratamento adequado, que pode ser conservador ou cirúrgico.

Referências

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  2. Dziubiński, D., Abramczyk, U., Ciechanowicz, D., Kozłowski, J., Pakulski, C., Żyluk, A. (2019). An analysis of causes of trauma, spectrum of injuries and treatment outcomes in patients treated at Multitrauma Centre of the University Teaching Hospital No 1 in Szczecin in 2015. Comparison of results from years 2015 and 2007. Pol Przegl Chir. 91, 29–35.
  3. Harvey, L.A., Close, J.C. (2012). Traumatic brain injury in older adults: characteristics, causes and consequences. Injury. 43, 1821–1826. 
  4. Paz, M.S., Mendez, M.D. (2020). Waddell Triad. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK537094/
  5. Raja, A., Zane, R. (2020). Initial management of trauma in adults. Retrieved January 10, 2021, from https://www.uptodate.com/contents/initial-management-of-trauma-in-adults
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  7. Van Olden, G.D., Meeuwis, J.D., Bolhuis, H.W., Boxma, H., Goris, R.J. (2004). Clinical impact of advanced trauma life support. Am J Emerg Med. 22, 522–525. 
  8. Zemaitis, M.R., Planas, J.H., Waseem, M. (2021). Trauma Secondary Survey. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK441902/

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