As lesões epiteliais benignas da mama são agrupadas histologicamente como não proliferativas, proliferativas sem atipia e hiperplásicas atípicas. As classificações baseiam-se no risco de desenvolver cancro em qualquer uma das mamas. O tipo não proliferativo não apresenta um risco aumentado, enquanto o fibroadenoma, o tumor benigno mais comum, é uma lesão proliferativa da mama (ou seja, tem um ligeiro aumento do risco de malignidade). Como a hiperplasia atípica partilha algumas características com o carcinoma da mama in situ, o potencial de cancro no futuro está aumentado. O tratamento varia desde uma monitorização frequente até à excisão cirúrgica, dependendo de certos fatores, como o risco inerente ao diagnóstico patológico. Outras patologias mamárias sem potencial maligno estão associadas a uma infeção ou doença sistémica subjacentes, portanto, o tratamento é diferente. As doenças benignas da mama são comuns, mas apresentam-se de forma diversificada. É importante distingui-las para determinar a probabilidade de cancro e qual o melhor tratamento.
Última atualização: May 11, 2022
As lesões não proliferativas da mama correspondem a patologias que, no geral, não estão associadas a um risco aumentado de cancro da mama.
Eco da mama com um quisto simples (A), que se apresenta como uma lesão anecoica com realce posterior e um quisto (B) com um septo (seta). Eco mamária (C) de uma mulher de 26 anos com um nódulo indolor palpável na mama esquerda, onde se observa um quisto complexo com um foco ecogénico excêntrico (seta) representando o escólex de um granuloma de cisticerco. A doente tinha também uma tumefação semelhante no braço direito, cuja Eco (D) revelou um quisto (seta) com um escólex ecogénico (ponta de seta), no seu interior.
Imagem : “Breast USG” pelo Advanced Radiology Centre, Mumbai, Índia. Licença: CC BY 2.0Nas lesões mamárias proliferativas sem atipia, o risco de desenvolvimento de cancro da mama está aumentado em 1,5 a 2 vezes em relação à população geral.
A: Múltiplos papilomas intraductais, provenientes do mesmo ducto dilatado.
B: Papiloma com origem na parede do ducto, quase preenchendo o lúmen deste. Visualiza-se um pedículo vascular.
Aparência histológica do papiloma intraductal (PID) da mama esquerda num campo de baixa amplitude, ×40 (A). Padrão de duas células revestido por células cuboides luminais e uma camada externa distinta de células mio-epiteliais sob maior ampliação, × 200 (B).
Imagem: “Histological appearance of IDP” pelo Institute for Oncology and Radiology of Serbia, 14 Pasterova, Belgrade 11000, Serbia. Licença: CC BY 2.0
Papilomas intraductais
Imagem: “Immunohistochemical staining for TFPI-2 expression in breast tumors” pelo Department of Breast Surgery, Yangpu Hospital, Tongji University, Shanghai 200090, China.Licença: CC BY 2.0Exame ao microscópico do fibroadenoma intraductal ou tumor filoide intraductal da mama
A: Na vista de menor ampliação, observa-se que as partes polipoides são compostas por processos em forma de folha com um estroma mixoide hipocelular e proeminente que se projeta para os espaços quísticos, lembrando um fibroadenoma do tipo intracanalicular ou as características de um tumor filoide benigno (colorações H&E). Barra = 200 μm.
B: Nalgumas áreas, há focos de uma variante intracanalicular típica do fibroadenoma, em que os lúmens dos ductos estão comprimidos pelo estroma mixoide a proliferar (coloração H&E). Barra = 200 μm.
C: Na vista de maior ampliação, as células estromais não mostram atipia significativa, mas os componentes epiteliais hiperplásicos que as cobrem também têm uma aparência de benignidade em 2 camadas de células. Raramente são visualizadas figuras mitóticas (colorações H&E). Barra = 200 μm.
D: Noutros, pequenos focos de papiloma intraductal benigno com hastes fibrovasculares delicadas caraterísticas são raramente visualizados (colorações H&E). Barra = 100 μm.
Imagem : “Intraductal fibroadenoma” pelo Department of Pathology and Cell Biology, School of Medicine, University of Occupational and Environmental Health, 1-1 Iseigaoka, Yahatanishi-ku, Kitakyushu 807-8555, Japan. Licença: CC BY 2.0
Mamografia com fibroadenoma
Imagem : “Fibroadenoma on mammogram” pelo S. Bhimji MD. Licença: CC BY 4.0Hiperplasia ductal usual após revisão. Onde se observam células epiteliais com uma orientação aleatória e a presença de lúmens secundários em forma de fenda perifericamente.
Imagem : “Usual ductal hyperplasia” pelo Breast Pathology Laboratory, School of Medicine, Federal University of Minas Gerais (UFMG), Av, Professor Alfredo Balena, 190, Belo Horizonte, Minas Gerais 30130-100, Brazil. Licença: CC BY 2.0Hiperplasia ductal atípica (setas)
Imagem : “Atypical ductal hyperplasia” pelo Breast Pathology Laboratory, School of Medicine, Federal University of Minas Gerais (UFMG), Av, Professor Alfredo Balena, 190, Belo Horizonte, Minas Gerais 30130-100, Brazil. Licença: CC BY 2.0Fotomicrografia de hiperplasia lobular atípica associada a alterações nas células colunares, descobertas de forma incidental num estudo dirigido a microcalcificações
Imagem : “Atypical lobular hyperplasia” pelo Department of Pathology, The University of Texas MD Anderson Cancer Center, Houston, Texas. Licença: CC BY 3.0Ecografia de uma mulher de 22 anos, onde se observa um abcesso na mama direita. É de notar a forma oval do abcesso, que mede 2,64 cm por 1,54 cm antes da aspiração guiada por ecografia.
Imagem : “Breast abscess” pelo Department of Surgery, Weil Bugando University College of Health Sciences, Mwanza, Tanzania. Licença: CC BY 2.0Galactocelo:
A: Lesão paralela à pele com limites bem definidos, onde se observam componentes anecoicos (quísticos) e ecogénicos (sólidos), com discreto realce acústico posterior e limites bem definidos.
B: Lesão predominantemente hipoecoica e paralela à pele com limites bem definidos, áreas periféricas de hiperecogenicidade e realce acústico posterior.
Tumor filoide da mama
(a) Eco transversal mostra uma ecogenicidade heterogénea circunscrita com um pequeno espaço quístico (seta) e um ligeiro realce acústico posterior.
(b) A fotomicrografia mostra processos semelhantes a folhas contendo estroma celular revestido de células epiteliais ductais benignas, que se projetam no espaço quístico (coloração de hematoxilina e eosina; x100).