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Parede Torácica: Anatomia

A parede torácica consiste em pele, gordura, músculos, ossos e cartilagem. A estrutura óssea da parede torácica é composta pelas costelas, esterno e vértebras torácicas. A parede torácica serve como uma "armadura" para os órgãos intratorácicos vitais e fornece a estabilidade necessária para o movimento dos ombros e braços. As interconexões entre os ossos, as cartilagens e os músculos permitem a expansão e a redução rítmica da parede torácica durante a respiração, o que facilita alterações na pressão intratorácica para permitir a expansão dos pulmões durante a inspiração. Os músculos extrínsecos têm 2 inserções ósseas; os músculos intrínsecos só se ligam ao esqueleto torácico.

Última atualização: Jan 16, 2024

Responsibilidade editorial: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

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Introdução

Embriologia

  • O tórax desenvolve-se a partir do tubo neural embrionário.
  • O tubo neural é composto por todas as 3 camadas embrionárias:
    • Ectoderme externa
    • Mesoderme média
    • Endoderme interna
  • A parede torácica desenvolve-se a partir da mesoderme.

Componentes da parede torácica

  • 2 aberturas: aberturas torácicas superior e inferior
  • O esqueleto torácico é formado por:
    • 12 costelas
    • 12 vértebras torácicas
    • Cartilagem
    • Esterno
  • Articulações:
    • Articulação dos discos intervertebrais: ocupa o espaço entre as vértebras e absorve a pressão na coluna
    • Articulação costovertebral: conecta a extremidade proximal das costelas com as vértebras torácicas correspondentes
    • Articulação costocondral: conecta as costelas às cartilagens costais
    • Articulação esternocostal: conecta as cartilagens costais das primeiras 7 costelas ao esterno
    • Articulação esternoclavicular: conecta a clavícula ao esterno
    • Articulação intercondral: conecta as cartilagens costais das costelas 7-10
  • Músculos:
    • Músculos torácicos intrínsecos: ligam-se apenas ao esqueleto torácico:
      • Músculos intercostais externos
      • Músculos intercostais internos
      • Músculos intercostais íntimos
      • Músculos subcostais (posteriormente)
      • Músculos transversos do tórax (anteriormente)
      • Músculos elevadores das costelas
      • Músculos serreado posterior superior e inferior
    • Músculos torácicos extrínsecos: ligam-se a outras partes do esqueleto:
      • Músculos peitoral maior e peitoral menor
      • Músculos serreados anteriores
      • Músculos subclávios
  • Mamas: compostas por:
    • Glândulas mamárias
    • Tecido fibroso
    • Gordura
    • Complexo areolar
    • Mamilo

Esqueleto Torácico

Costelas

O esqueleto torácico consiste em 12 pares de costelas.

Classificação:

  • Vertebrosternais (costelas verdadeiras):
    • Costelas 1-7
    • Conectam-se diretamente ao esterno através das cartilagens costais
  • Vertebrocondrais (costelas falsas):
    • Costelas 8-10
    • Conectam-se indiretamente ao esterno através do arco costal
    • As cartilagens costais unem-se formando o arco costal.
    • O arco costal conecta-se ao esterno.
  • Vertebrais (costelas falsas):
    • Costelas 11-12
    • Também conhecidas como costelas flutuantes porque a extremidade distal não tem fixação

Partes de cada costela:

  • Cabeça:
    • Articula-se com 2 vértebras torácicas sucessivas
    • Exceção: as costelas 1, 10, 11 e 12 articulam-se com 1 vértebra.
  • Colo
  • Tubérculo:
    • Articula-se com a apófise transversa da vértebra associada
    • Exceção: as costelas 11 e 12 não possuem articulação da apófise transversa.
  • Ângulo
  • Sulco costal:
    • Localizado ao longo da face inferior de cada costela
    • Contém o feixe neurovascular intercostal

Espaços intercostais:

Os espaços entre as costelas são os espaços intercostais:

  • A altura do espaço intercostal é maior anteriormente do que posteriormente.
  • O espaço intercostal entre as costelas superiores é maior que entre as costelas inferiores.
Anatomia de uma costela

Anatomia de uma costela

Imagem por Lecturio.

Esterno

Consiste nas seguintes partes:

  • Manúbrio:
    • Localizado ao nível dos corpos vertebrais T3 e T4
    • O mais espesso dos componentes do esterno
    • Um ponto de referência palpável é a incisura jugular ou supraesternal.
  • Corpo (corpus)
  • Apófise xifoide:
    • Cartilaginosa nos jovens
    • Ossificada na idade adulta
  • Ângulo esternal: localizado entre o manúbrio e o corpo
Anatomia do esterno

Anatomia do esterno

Imagem por Lecturio.

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Músculos Intrínsecos

Os músculos intrínsecos fixam-se apenas ao tórax. Os músculos intrínsecos recebem suprimento sanguíneo das artérias intercostais e são inervados pelos nervos intercostais.

Músculos intercostais externos:

  • Orientados obliquamente
  • Localizam-se na direção anteroinferior do bordo inferior da costela superior até ao bordo superior da costela inferior
  • Elevam as costelas durante a inspiração

Músculos intercostais internos:

  • Orientados obliquamente
  • Localizam-se na direção posteroinferior do bordo inferior da costela superior até ao bordo superior da costela inferior
  • Deprimem as costelas durante a expiração

Músculos intercostais íntimos:

  • Separados dos intercostais internos por feixes neurovasculares intercostais
  • Orientados de forma semelhante aos intercostais internos
  • Estabilizam os espaços intercostais durante os movimentos respiratórios e auxiliam a expiração

Músculos subcostais:

  • Músculos finos encontrados na superfície interna da parede torácica posterior
  • Ligam 2–3 espaços intercostais
  • Movimentam as costelas inferiormente durante a expiração forçada e suportam a caixa torácica

Músculos transversos do tórax:

  • Localizam-se da superfície posterior do esterno inferior e apófise xifoide até às cartilagens costais 2-6
  • Deprimem as costelas

Músculos elevadores das costelas:

  • Localizam-se das apófises transversas de C7-T11 até às superfícies superiores das costelas inferiores
  • Elevam a caixa torácica

Músculos serreados posteriores:

  • Serreado posterior superior:
    • Das apófises espinhosas de C7-T3 até ao ângulo costal das costelas 2-5
    • Eleva as costelas 2-5
  • Serreado posterior inferior:
    • Das apófises espinhosas de T11–L2 até a margem inferior das costelas 9–12
    • Deprime as costelas 9-12

Músculos Extrínsecos

Em contraste com os músculos intrínsecos, os músculos extrínsecos ligam-se ao tórax e a outras áreas do corpo.

Músculo peitoral maior:

  • Localizado na face anterior da caixa torácica
  • Dividido em partes:
    • Parte clavicular: origina-se da superfície anterior da metade medial da clavícula
    • Parte esternocostal: origina-se da superfície anterior do esterno e das cartilagens costais 1-6
    • Parte abdominal: origina-se de uma camada anterior da fáscia do reto
  • Todas as 3 partes inserem-se na crista medial do sulco intertubercular.
  • Função:
    • Adução, flexão, extensão e rotação interna do braço
    • Deslocamento anteroinferior da omoplata
  • Suprimento sanguíneo: ramo peitoral do tronco toracoacromial
  • Inervação: nervos peitorais medial e lateral
Músculo peitoral maior

Músculo peitoral maior

Imagem por BioDigital, editada por Lecturio

Músculo peitoral menor:

  • Das costelas 3-5 até ao bordo medial da apófise coracoide da omoplata
  • Função:
    • Deslocamento anteroinferior da omoplata
    • Estabilização da omoplata na parede torácica
  • Suprimento sanguíneo: ramo peitoral do tronco toracoacromial
  • Inervação: nervo peitoral medial
Músculos extrínsecos da parede torácica

Músculos extrínsecos da parede torácica

Imagem por Lecturio.

Músculo serreado anterior:

  • Das costelas 1 a 9 até à superfície anterior e bordo medial da omoplata
  • Aparência “serrilhada” ou em “dentes de serra”
  • Função:
    • Deslocamento anterolateral e rotação da omoplata
    • Estabilização da omoplata contra a parede torácica
  • Suprimento sanguíneo:
    • Artérias torácicas superior e lateral
    • Artéria toracodorsal
  • Inervação: nervo torácico longo
O músculo serrátil anterior

Músculo serreado anterior

Imagem por BioDigital, editada por Lecturio

Músculo subclávio:

  • Vai da superfície inferior da clavícula até à 1ª costela
  • Função: depressão da clavícula e elevação da 1ª costela
  • Suprimento sanguíneo: ramo clavicular do tronco toracoacromial
  • Inervação: nervo subclávio
O músculo subclávio

Músculo subclávio

Imagem por BioDigital, editada por Lecturio

Relevância Clínica

  • Pectus excavatum (também conhecido como tórax afundado/em funil): a deformidade congénita do tórax mais comum, correspondendo a 90% dos casos. O pectus excavatum caracteriza-se pelo desenvolvimento anormal de várias costelas e do esterno, produzindo uma aparência de desmoronamento da parede torácica anterior. Os homens são predominantemente afetados (a proporção de homens para mulheres é de 3:1). A aparência do defeito e os sintomas variam amplamente. Indivíduos jovens geralmente são assintomáticos. Os sintomas mais tarde podem incluir dor torácica e dispneia. O tratamento é cirúrgico com resultados muito bons.
  • Pectus carinatum: a 2ª deformidade mais comum da parede torácica em crianças (história familiar em 25% dos casos). As doenças associadas incluem síndrome de Marfan, síndrome de Noonan, prolapso da válvula mitral e doença cardíaca congénita. Os indivíduos podem ser assintomáticos; no entanto, a doença pode levar ao compromisso cardiorrespiratório devido ao aumento da rigidez da parede torácica, o que limita a respiração normal (especialmente no esforço). O resultado é hipoventilação alveolar e hipoxemia, levando ao cor pulmonale (insuficiência cardíaca direita). São comuns enfisema e infeções respiratórias recorrentes. A ortótese é a 1ª linha de tratamento e apresenta resultados muito bons, principalmente em indivíduos mais jovens.
  • Espondilite anquilosante: uma espondiloartropatia soronegativa caracterizada por inflamação crónica e indolente do esqueleto axial, que pode envolver a coluna torácica. A doença grave pode levar à fusão e rigidez da coluna. A espondilite anquilosante é mais frequentemente observada em homens jovens e está fortemente associada à positividade do HLA-B27. Os indivíduos apresentam rigidez matinal, diminuição da amplitude de movimento da coluna e dor nas costas progressiva, que melhora com a atividade. A maioria dos indivíduos é tratada com fisioterapia e AINEs. Casos graves podem exigir inibidores do fator de necrose tumoral alfa ou cirurgia.

Referências

  1. Cataletto, M.E. (2019). Pectus Carinatum. Medscape. Retrieved August 20, 2021, from https://emedicine.medscape.com/article/1003047-overview
  2. Graeber, G.M., Nazim, M. (2007). The anatomy of the ribs and the sternum and their relationship to chest wall structure and function. Thorac Surg Clin. 17(4), 473–89, vi. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18271162/
  3. Hebra, A. (2018). Pectus Excavatum. Medscape. Retrieved August 20, 2021, from https://emedicine.medscape.com/article/1004953-overview
  4. Kudzinskas, A., Callahan, A.L. (2021). Anatomy, Thorax. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing.
  5. Miller, J.I. Jr. (2007). Muscles of the chest wall. Thorac Surg Clin. 17(4), 463–72. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18271161/
  6. Pourtaheri, N. (2016). Chest Wall Anatomy. Medscape. Retrieved August 20, 2021, from https://reference.medscape.com/article/2151800-overview

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