Os órgãos linfoides secundários, ou órgãos linfoides/linfáticos periféricos, incluem o MALT, os gânglios linfáticos e o baço. Estes agregados de tecidos linfoides permitem uma vigilância constante dos agentes patogénicos. Nas suas diversas localizações, estes tecidos estão repletos de células imunes prontas para desencadear uma resposta quando os antigénios são detetados. Os gânglios linfáticos localizam-se ao longo dos vasos linfáticos e surgem em cadeias ou grupos (pescoço, região inguinal, axilas, mesentério, abdómen). Os MALTs atuam como sensores imunológicos situados em locais onde o lúmen está exposto ao ambiente externo (orofaringe, trato GI, trato genitourinário). O baço é o local de produção de anticorpos e de linfócitos, mas também auxilia na destruição de plaquetas e de eritrócitos.
Última atualização: May 16, 2022
O sistema linfático (vasos linfáticos, linfa e órgãos linfoides) faz parte do sistema imunitário do corpo.
Anatomia do sistema linfático:
Inclui os órgãos linfoides primários (medula óssea, timo) e secundários (baço, gânglios linfáticos e MALT)
Os vasos linfáticos transportam a linfa para os vasos linfáticos maiores na região torácica, transportando o fluido de volta para a circulação venosa.
Gânglios linfáticos e o sistema linfático
Imagem: “Blausen 0623 LymphaticSystem Female” de Blausen. Licença: CC BY 3.0A principal função dos gânglios linfáticos é a defesa contra a disseminação de microrganismos e células tumorais:
Corte histológico de um gânglio linfático, identificando a cápsula e as trabéculas
Imagem de Geoffrey Meyer, editada por Lecturio.Ilustração de um corte transversal de um gânglio linfático:
A vermelho e azul estão assinaladas as artérias e veias, respetivamente. As setas amarelas indicam o fluxo linfático.
Af: vasos aferentes
Ef: vasos eferentes
F: folículo
IS: seios intermediários
LL: labirinto linfático
MS: seios medulares
SS: seios subcapsulares
Corte histológico do gânglio linfático, que mostra o córtex, o paracórtex e a medula
Imagem de Geoffrey Meyer, editada por Lecturio.Estrutura e regiões funcionais de um gânglio linfático, incluindo uma cápsula fibrosa rica em colagénio e um seio subcapsular (SCS) subjacente.
As células são segregadas para (1) o córtex (consise em células B, células T auxiliares foliculares e células dendríticas foliculares dispostas em folículos primários, nas quais as células B detetam antigénios apresentados na rede estromal de células dendríticas foliculares); e (2) o paracórtex (acomoda células T, células dendríticas e células reticulares fibroblásticas, que formam redes de células estromais e fibras reticulares).
A medula interna é composta por tecidos linfáticos (cordões medulares) separados por seios medulares constituídos pela linfa.
Estrutura vascular do gânglio linfático:
Consiste em vasos sanguíneos (BVs), vénulas endoteliais altas (HEVs) e vasos linfáticos (LVs).
Os vasos sanguíneos podem ser encontrados em todo o gânglio linfático, com HEVs especializadas localizadas nas áreas das células T. As vénulas endoteliais altas são vasos sanguíneos especializados que orquestram o extravasamento de linfócitos para o gânglio linfático. Os LVs aferentes entram no gânglio e passam para os seios que, por fim, saem pelo LV eferente.
Corte histológico de um gânglio linfático que mostra um vaso aferente.
Imagem de Geoffrey Meyer, editada por Lecturio.Corte histológico de um gânglio linfático que mostra um vaso eferente.
Imagem de Geoffrey Meyer, editada por Lecturio.Montar uma resposta imune contra os agentes patogénicos encontrados na mucosa dos tratos GI, respiratório e genitourinário.
Amígdalas na orofaringe, vista frontal:
Amígdalas faríngeas, palatinas e linguais
Amígdalas na orofaringe, vista lateral:
Amígdalas faríngeas, palatinas e linguais.
As amígdalas tubárias (não retratadas) localizam-se na nasofaringe.
Corte transversal de uma amígdala (esquerda) e close-up da parte inferior de uma cripta amigdaliana (direita).
À direita, pode ser visualizado um nódulo linfático (tecido linfoide ativado) muito próximo do fundo da cripta.
Corte histológico do íleo que mostra as placas de Peyer
Imagem de Geoffrey Meyer.Corte transversal de um apêndice:
Podem ser visualizados nódulos linfoides a reagir contra um antigénio do lúmen.
Corte transversal da mucosa do estômago que mostra tecido linfoide inativo (esquerda) e corte transversal da mucosa intestinal que mostra tecido linfoide ativo (direita):
Os tecidos linfoides ficam “de guarda” até serem ativados e formarem nódulos, com centros germinativos.
Diagrama do baço (da esquerda para a direita):
O baço é um órgão altamente vascularizado, localizado no QSE do abdómen.
O hilo é a área onde a artéria esplénica entra e a veia esplénica sai do baço. Um corte transversal do baço mostraria que a maior parte do parênquima esplénico contém a polpa vermelha (preenchida por todos os tipos de células sanguíneas). A polpa branca contém principalmente nódulos linfoides e as bainhas linfoides periarteriolares (PALS), que circundam a arteríola central.
Corte transversal de um baço:
Numa amostra de baixa ampliação, a polpa branca e a polpa vermelha podem ser identificadas e diferenciadas pela diferença de cor e localização. A polpa branca aglomera-se em redor dos vasos sanguíneos, enquanto a polpa vermelha compõe o restante parênquima.
Corte histológico do baço:
A bainha linfoide periarterial (PALS) envolve uma arteríola central. Formou-se um nódulo linfoide, rodeado por células T, o que indica que um antigénio foi detetado no sangue e que uma resposta imune foi iniciada.