A isquemia intestinal ocorre quando a perfusão sanguínea não é suficiente para suprir as necessidades dos intestinos, o que resulta em dano tecidual isquémico, que pode fatal caso ocorra necrose e/ou perfuração intestinal. Os sintomas podem variar, desde uma indigestão ou diarreia ligeiras, a dor abdominal intensa. Os exames de imagem, incluindo a TC e a angiografia, são utilizados para detetar estenoses ou oclusão. Na forma crónica da isquemia intestinal é importante o tratamento médico e a realização de procedimentos de revascularização (colocação de stents, cirurgia de bypass), enquanto nas formas agudas são necessárias intervenções urgentes para restabelecer o fluxo sanguíneo e remover qualquer tecido intestinal inviável. O atraso no diagnóstico e no tratamento da isquemia intestinal aguda resulta em alta mortalidade e complicações graves, como perfuração intestinal e sépsis.
Última atualização: Jan 18, 2024
A isquemia intestinal corresponde à diminuição do fluxo sanguíneo para os intestinos, com consequente hipoperfusão que pode levar a enfarte intestinal. Após, aproximadamente, 3 horas de isquemia, ocorre descamação da mucosa e após, aproximadamente, 6 a 12 horas, ocorre necrose.
A isquemia intestinal, para todas as formas, afeta principalmente adultos com > 60 anos.
A isquemia intestinal aguda resulta da redução do fluxo sanguíneo, tanto no cólon como no intestino delgado. As causas são:
Obstrução do vaso devido a:
A isquemia mesentérica não oclusiva (20%–30%) pode ocorrer devido a:
Os doentes com exame físico sugestivo de enfarte intestinal devem ser observados, com emergência, por cirurgia. Caso o doente esteja suficientemente estável, deve ser realizado um exame de imagem.
Achados na tomografia computadorizada representativos de isquemia mesentérica não oclusiva:
a: Ausência de realce da parede intestinal induzido pelo contraste (setas)
b: Pneumatose intestinal e ausência de realce na parede intestinal induzido pelo contraste (setas)
c: Dilatação intestinal e ausência de realce da parede intestinal induzido pelo contraste (setas)
d: Gás na veia porta (setas)
Tomografia computadorizada do abdómen:
A imagem mostra distensão do intestino (seta amarela), espessamento difuso da parede intestinal, realce anormal da parede intestinal (duplo halo, ou sinal do alvo; setas brancas).
Isquemia mesentérica arterial aguda visualizada numa TC contrastada, com reconstrução bidimensional, do plano coronal em fase inicial:
Isquemia mesentérica aguda:
A imagem corresponde a uma angiografia por TC onde é possível visualizar uma oclusão embólica da porção média da artéria mesentérica superior (círculo)
Isquemia mesentérica venosa aguda em TC contrastada com reconstrução bidimensional. Na imagem coronal da esquerda é possível visualizar uma trombose na veia mesentérica superior, confirmada na cirurgia (direita).
Imagem: “Intestinal Ischemia: US-CT findings correlations” de Reginelli A, Genovese E, Cappabianca S, Iacobellis F, Berritto D, Fonio P, Coppolino F, Grassi R. Licença: CC BY 2.0A isquemia mesentérica crónica resulta de doença vascular crónica, que pode ser causada por:
Isquemia mesentérica crónica: a imagem corresponde a uma angiografia por TC onde é possível visualizar a estenose da artéria mesentérica superior
Imagem: “Figure 1” de Spangler et al. Licença: CC BY 4.0Dado que a isquemia intestinal apresenta-se, normalmente, com dor abdominal, o diagnóstico diferencial inclui: