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Impétigo

O impetigo é uma infecção bacteriana superficial altamente contagiosa tipicamente causada por Staphylococcus aureus (mais comum) e Streptococcus pyogenes. O impetigo se apresenta mais comumente em crianças de 2 a 5 anos com lesões que evoluem de pápulas para vesículas e pústulas, que eventualmente se decompõem para formar crostas “cor de mel” características. A infecção pode ser primária (infecção bacteriana de pele saudável e intacta) ou secundária (infecção de abrasões pré-existentes). O diagnóstico é clínico e o manejo inclui antibioticoterapia tópica ou sistêmica. As complicações do impetigo incluem glomerulonefrite pós-estreptocócica, celulite e escarlatina.

Última atualização: Jun 14, 2022

Responsibilidade editorial: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

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Epidemiologia e Etiologia

Epidemiologia

  • Qualquer idade pode ser afetada
  • Afeta mais comumente crianças dos 2 aos 5 anos
  • Conhecido por causar epidemias ou surtos em infantários e escolas (facilmente espalhado entre indivíduos com contacto próximo)

Etiologia

  • O impétigo é uma infeção bacteriana da pele causada por:
    • Staphylococcus aureus: causa 80% dos casos, tanto na forma bolhosa como na forma não bolhosa
    • Streptococcus pyogenes (estreptococos beta-hemolítico do grupo A): causa aproximadamente 10% dos casos, apenas das formas não bolhosas
    • Co-infeção por S. aureus e S. pyogenes: ocorre em aproximadamente 10% dos casos
  • 2 formas:
    1. Impétigo primário: infeção bacteriana na pele intacta e saudável
    2. Impetiginização – Impétigo secundário: mais ocmum. Infeção secundária de lesões cutâneas pré-existentes, como sarna, picadas de insetos, pequenos cortes, eczema, etc.
  • Transmissão:
    • Altamente contagioso
    • Disseminação por contacto direto com lesões ou com portador nasal
  • Fatores de risco
    • Crianças dos 2 aos 5 anos
    • Trauma de pele (p. ex., abrasões, lacerações, mordida de animal ou picada)
    • Pouca higiene
    • Condições de lotação de pessoas.
    • Clima quente e húmido (aumento da incidência no verão)
    • Participação em desportos com contacto pele a pele
    • Diabetes mellitus
    • Desnutrição

Apresentação Clínica

Existem 3 variantes de impétigo:

Impétigo não bolhoso

  • Mais comum: aproximadamente 70% dos casos
  • Previamente conhecido como “impétigo contagioso”
  • Começa como uma erupção cutânea com pápulasvesículas cercadas por eritema → pústulas, que rompem e exsudam (pus e líquido seroso) que seca → crostas pruriginosas cor de mel que cicatrizam sem deixar marca
  • As lesões não são dolorosas e pruriginosas
  • Ocorrem mais frequentemente ao redor da boca e nariz e/ou nas mãos

Impétigo bolhoso

  • 30% dos casos
  • Começa como uma erupção cutânea com pápulas → vesículas → bolhas grandes e flácidas, que são pruriginosas e rompem, exsudando líquido turvo ou amarelo (pus) → seca e forma crostas castanhas → pode levar a cicatrizes em infeções graves
  • Sinal de Nikolsky positivo: descamação da camada mais externa da pele após leve fricção ou tração lateral
  • As lesões ocorrem mias frequentemente no tronco
  • Também pode apresentar sintomas sistémicos (fadiga, febre, fraqueza, mal-estar geral)

Ectima

  • Raro; incidência exata desconhecida
  • Forma ulcerativa que afeta as camadas mais profundas da derme (também conhecida como “impétigo profundo”)
  • Começa como uma erupção cutânea com pápulas → vesículas → feridas que são dolorosas, eritematosas e cheias de fluido ou pus → úlceras do tamanho de uma moeda com uma aparência “perfurada” coberta com crostas espessas cinza-amareladas → geralmente levam a cicatrizes
  • As lesões geralmente ocorrem nas extremidades
  • O ectima gangrenoso é mais comumente associado à bacteremia por Pseudomonas, observada em pacientes criticamente doentes e imunocomprometidos; pústulas hemorrágicas evoluem para úlceras necróticas.

Diagnóstico

O diagnóstico é geralmente clínico, baseado na sequência natural das lesões e na presença de crostas cor de mel em pacientes pediátricos dos 2 aos 5 anos.

  • A coloração de Gram e a cultura do exsudado geralmente não são necessárias; necessário apenas no caso de:
    • Resistência à terapêutica
    • Recorrência
    • Diagnóstico clínico inconclusivo
  • Imagem: Radiografia (RX), ressonância magnética (RM) e/ou cintilografia óssea podem ser realizadas no caso de dor articular intensa para confirmar ou descartar artrite séptica ou osteomielite

Tratamento e Complicações

Tratamento

O tratamento depende do tipo e gravidade da infeção.

  • Casos leves a moderados de impétigo não bolhoso:
    • Antibiótico tópico em creme ou pomada durante 7 dias (p. ex., mupirocina, retapamulina)
  • Impétigo bolhoso, ectima e casos graves de impétigo não bolhoso:
    • Primeira linha: antibióticos orais, incluindo cefalexina e dicloxacilina
    • Se forem detetados estreptococos β-hemolíticos, a penicilina oral é a primeira escolha.
  • Casos de impétigo por S. aureus resistente à meticilina (MRSA):
    • Clindamicina, trimetoprima-sulfametoxazol ou doxiciclina
    • Nota: Dados retrospetivos indicam que em doses padrão, crianças < 8 anos podem receber até 5 ciclos de doxiciclina sem evidência detetável de manchas dentárias. Descoloração dentária induzida por drogas em crianças foi relatada com classes mais antigas de tetraciclinas.

Prevenção da propagação

  • Lavagem regular das mãos
  • Cobertura de lesões cutâneas abertas
  • As crianças podem retornar à escola 24 horas após o início do tratamento com antibióticos

Complicações

  • Cicatrizes ou desfiguração corporal
  • Glomerulonefrite pós-estreptocócica
  • Escarlatina
  • Celulite
  • Artrite séptica
  • Síndrome da pele escaldada estafilocócica
  • Septicemia ou sépsis
  • Sobreinfeção bacteriana de lesões primárias de impétigo

Diagnóstico Diferencial

As seguintes condições também se apresentam com bolhas e servem como diagnóstico diferencial para impétigo bolhoso:

  • Pênfigo vulgar e pênfigo bolhoso: distúrbios vesiculares autoimunes que se apresentam com bolhas tensas e vesículas no caso de pênfigo bolhoso e bolhas flácidas e erosões da mucosa no caso de pênfigo vulgar
  • Queimaduras de segundo grau: lesão tecidual causada pela exposição ao calor local e aquecimento do respetivo tecido. As queimaduras de segundo grau são superficiais, limitadas à epiderme e apresentam-se com hiperemia, ferida com base húmida, sensibilidade intacta e formação de bolhas.
  • Varicela: infeção primária pelo vírus varicela zoster. Ocorre mais comumente em crianças e apresenta-se como erupção cutânea pruriginosa, com máculas que rapidamente se transformam em pápulas e depois em vesículas.

As seguintes condições são outros tipos de infeções superficiais da pele que estão incluídas nos diagnósticos diferenciais do impétigo:

  • Erisipela: infeção superficial aguda da derme superior e vasos linfáticos. Geralmente causada por agentes bacterianos como o estreptococos β-hemolítico do grupo A. Apresenta-se como uma lesão cutânea bem delineada com eritema, edema e calor.
  • Dermatite: um termo geral para uma erupção cutânea edematosa causada por uma reação alérgica ou uma infeção não bacteriana
  • Candidíase cutânea: infeção superficial causada por Candida spp. Geralmente associada à imunodeficiência
  • Tinea: uma infeção da pele causada por dermatófitos. Existem 3 tipos de dermatófitos: Trichophyton , Epidermophyton e Microsporum.
  • Infeção vírica por herpes simplex: uma infeção vírica que se apresenta com vesículas eritematosas recorrentes que se transformam em ulcerações dolorosas, geralmente ao redor da boca (o HSV tipo 1 é mais comum neste local)
  • Foliculite: uma inflamação localizada do folículo piloso ou glândulas sebáceas causada principalmente por S. aureus. É caracterizada por eritema, pápulas dolorosas e/ou pústulas no local dos folículos pilosos.

Referências

  1. Baddour LM. Impetigo. (Literature review current through: July 2020). UpToDate Evidence-Based Medicine. https://www.uptodate.com/contents/impetigo?search=impetigo&source=search_result&selectedTitle=1~122&usage_type=default&display_rank=1
  2. Emanuel P. Impetigo. (2013). DermNet New Zealand (Supported by and contributed to by New Zealand Dermatologists on behalf of the New Zealand Dermatological Society Incorporated). https://dermnetnz.org/topics/impetigo-pathology/

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