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Imagiologia do Fígado e das Vias Biliares

O sistema hepatobiliar é composto pelo fígado, vesícula biliar e vias biliares (intra e extra-hepáticas). O fígado produz a bile, um fluido constituído por colesterol, fosfolípidos, bilirrubina conjugada, sais biliares, eletrólitos e água. A bile, que auxilia na digestão e ajuda a eliminar os resíduos, é armazenada na vesícula biliar. O sistema hepatobiliar pode ser afetado por infeções, quistos, massas sólidas, isquemia e obstrução mecânica do fluxo, condições que exigem exames de imagem confiáveis para determinar a respetiva etiologia. Os métodos imagiológicos que avaliam as alterações estruturais hepáticas e das vias biliares incluem a ecografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética (incluindo a colangiopancreatografia por ressonância magnética). Além disso, a colecintilografia, um estudo de imagem funcional nuclear, ajuda a identificar a patologia da vesícula biliar ao traçar o percurso da bile na via biliar.

Última atualização: Jun 8, 2022

Responsibilidade editorial: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

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Introdução

Métodos de imagem

  • Os métodos radiológicos mais comummente utilizados para avaliar o fígado e as vias biliares são:
    • Ecografia
    • TC
    • RM
    • Imagiologia nuclear
  • Na imagiologia hepatobiliar, a radiografia não desempenha um papel tão importante como na imagiologia do tórax, trato urinário ou sistema esquelético.

Preparação e orientação

Antes da interpretação de qualquer exame de imagem, o médico deve realizar alguns passos de preparação. Deve ser seguida sempre a mesma abordagem sistemática.

  • Confirmar o nome, data e hora de todas as imagens.
  • Conhecer a história médica e o exame físico do doente.
  • Confirmar se o exame e a técnica são apropriados para a patologia em questão.
  • Comparar as imagens disponíveis da mesma área obtidas através do mesmo método.
  • Determinar a orientação da imagem:
    • Nos Estados Unidos, as imagens padrão apresentam um marcador (ponto) no lado direito do doente.
    • Na TC/RM: No corte axial, a imagem é vista de baixo para cima (como se estivesse a olhar dos pés para cima).
  • O jejum está recomendado antes de realizar uma ecografia abdominal, uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética.

Ecografia

Descrição geral

  • Indicações médicas:
    • Contexto de emergência:
      • Trauma com suspeita de lesão hepatobiliar
      • Suspeita de obstrução biliar
      • Suspeita de abcesso hepático
      • Avaliação de colecistite
    • Cuidados de rotina:
      • Sinais e sintomas de insuficiência hepática/doença hepática crónica
      • Avaliação de esteatose hepática
      • Rastreio de recém-nascidos com anomalias observadas na ecografia pré-natal (atrésia biliar)
    • Monitorização: se cirrose já conhecida, para rastrear carcinoma hepatocelular (CHC)
  • Vantagens:
    • Baixo custo
    • Sem radiação
    • Disponibilidade ubíqua
    • Rápida
  • Desvantagens:
    • Fraca resolução
    • Campo de visão estreito
    • O doente deve ficar imobilizado para o exame.
    • Operador-dependente

Técnica de exame

  • Posicionamento:
    • Individual:
      • Acesso ao QSD abdominal
      • Maximizar o contacto entre a pele do doente e a sonda de ecografia
    • Visualização: O fígado deve ser mais superficial, próximo da sonda, sem outros órgãos/intestino entre ele e a sonda.
  • Profundidade e ganho:
    • Determina as características do campo de visão e de ecogenicidade do tecido
    • O ganho (amplificação dos sinais) deve ser ajustado para que o parênquima seja visualizado sem saturar demasiado o sinal.

Interpretação e avaliação

O relatório inclui:

  • Dimensões
    • Fígado:
      • A extensão normal do fígado é geralmente < 16 cm na linha medioclavicular (pode variar consoante o sexo e o tamanho do corpo).
      • As variantes anatómicas podem incluir um lobo de Riedel, processo papilar do lobo caudado e lobo(s) hepático(s) acessório(s).
    • Vesícula biliar:
      • Dimensão transversal: 4 cm
      • O comprimento é mais variável: geralmente ≤ 10 cm
      • A espessura da parede deve ser ≤ 3 mm.
  • Ecogenicidade:
    • Parênquima hepático:
      • Ecotextura homogénea
      • Geralmente isoecoico (mesmo brilho) ou levemente hiperecoico (mais brilhante ou branco no ecrã) em comparação com o rim direito
    • A vesícula biliar é anecoica (preta no ecrã).
  • Posição:
    • Fígado: inferior ao hemidiafragma direito
    • Vesícula biliar: encontrada na fossa da vesícula biliar (sob o lobo direito do fígado)
  • Anomalias/alterações encontradas
Fígado e sistema biliar

Anatomia do fígado e do sistema biliar

Imagem de Lecturio.

Achados normais

  • Fígado:
    • O tamanho normal do fígado é < 16 cm, na linha medioclavicular.
    • Variantes anatómicas, como o lobo de Riedel (alongamento congénito do lobo hepático direito):
      • Pode dar a impressão de hepatomegalia
      • Imagens transversais (por exemplo, TC) permitem confirmar a anatomia benigna.
  • Vesícula biliar:
    • Dimensão (4 cm de diâmetro) e espessura da parede (≤ 3 mm)
    • Anecoica
    • Parede homogénea fina
    • Sem cálculos ou lama biliar
  • Os ductos biliares são tubos finos (não são maiores que as veias porta intra-hepáticas ou artérias hepáticas associadas).
    • À medida que os ductos se estendem a partir do fígado (até ao esfíncter de Oddi), o seu calibre aumenta.
    • Ductos extra-hepáticos: O ducto hepático comum e o ducto cístico (da vesícula biliar) formam o ducto biliar comum (colédoco).
    • O ducto biliar comum deve ter < 6 mm de diâmetro nos doentes com 60 anos ou menos.
      • Adicionar 1 mm por cada década após os 60 anos (por exemplo, 7 mm para os 70 anos, 8 mm para os 80 anos).
      • O status pós-colecistectomia pode causar dilatação do colédoco, denominado “efeito de reservatório”.
Fígado normal

Ecografia hepática normal que mostra um parênquima homogéneo.

Imagem: “Normal liver” de Fuster, D. et al. Licença: CC BY 3.0

TC

Descrição geral

  • Indicações médicas:
    • Esclarecimento de imagens ecográficas suspeitas:
      • Lesões hipoecoicas/hiperecogénicas
      • Suspeita de patologia vascular
      • Deformidades do contorno hepático
      • Dilatação das vias biliares
      • Coleções de fluidos
    • Neoplasia:
      • Avaliar o estadiamento inicial do CHC
      • Vigilância de recorrência da doença
      • Trombose venosa tumoral
    • Trauma major:
      • Avaliação do parênquima hepático
      • Avaliação de hemorragia hepática +/– extravasamento ativo nas imagens de fase tardia
      • Suspeita de patologia subtil não identificada na ecografia.
  • Vantagens:
    • Excelente resolução dos detalhes anatómicos
    • As estruturas podem ser visualizadas em 3 dimensões.
  • Desvantagens:
    • Envolve altas doses de radiação
    • O doente tem de ficar imóvel para o exame.
    • Dispendioso

Técnica de exame

  • Tomografia computadorizada padrão:
    • O doente deita-se em decúbito dorsal sobre a mesa.
    • A mesa é movida no tomógrafo, que gira em torno do doente.
    • O doente é instruído a suster a respiração e a permanecer imóvel para a obtenção da imagem (durante segundos).
    • Os exames podem ser feitos com ou sem contraste IV ou oral.
    • O momento da injeção do contraste IV pode ajudar na investigação radiológica direta de certas áreas de patologia:
      • A TC com contraste IV é tipicamente realizada na fase venosa portal inicialmente.
      • Posteriormente, é obtido um outro conjunto de imagens para avaliar o extravasamento ativo.

Interpretação e avaliação

  • A interpretação deve seguir um padrão sistemático e reprodutível
  • Rever a história do doente e os achados do exame objetivo.
  • Avaliação ideal com a janela de tecidos moles
  • Comparar com imagens recentes disponíveis, da mesma área e obtidas pelo mesmo método.
  • Orientar a imagem:
    • As imagens axiais são visualizadas como se estiver a olhar dos pés para cima.
    • Sagital e coronal
  • Identificar as estruturas anatómicas de referência
  • Observar a “continuidade” do parênquima enquanto se percorre os cortes da imagem.

Achados normais

  • Fígado normal:
    • Localização no QSD
    • < 16 cm de dimensão craniocaudal na linha medioclavicular
    • Dividido nos lobos hepáticos direito e esquerdo pela fossa da vesícula biliar
    • Atenuação: 50-75 unidades Hounsfield (UH) na tomografia computadorizada sem contraste
  • Vesícula biliar normal:
    • ≤ 4 cm de diâmetro
    • Espessura da parede ≤ 3 mm
  • Os ductos intra-hepáticos são muito pequenos e mal visualizados nos estudos com contraste.
  • O ducto biliar comum (colédoco) deve ter um diâmetro < 6 mm em doentes com 60 anos ou menos.
    • Tal como na ecografia, nota-se um aumento do diâmetro com o aumento da idade.
    • O estado pós-colecistectomia pode causar uma dilatação das vias biliares extra-hepáticas.
Tomografia computadorizada do fígado

Tomografia computadorizada com contraste do fígado normal:
K: rim
L: fígado
P: pâncreas
St: estômago
Sp: baço

Imagem: “FIGURE 1” de Faraji, F. and Gaba R.C. Licença: CC BY 4.0

RM

Descrição geral

  • Indicações médicas:
    • Avaliação detalhada de lesões hepáticas
      • Hemangiomas
      • Quistos
      • CHC
      • Metastização
      • Lesões indeterminadas detetadas incidentalmente em ecografia e TC
  • Vantagens:
    • Fornece uma qualidade de imagem superior, com maior detalhe de fluidos, realce e tecidos moles
    • Pode ser utilizada para avaliação de grávidas
    • Usada como complemento ao exame anterior (ecografia ou TC)
  • Desvantagens:
    • ↑↑↑ Custo
    • Leva muito mais tempo para executar do que uma TC ou ecografia
    • Não é adequada para todos os indivíduos:
      • Os implantes (principalmente de metal) distorcem a imagem.
      • Requer que o doente permaneça num espaço ruidoso e fechado.
      • O doente deve manter-se imóvel para a obtenção de imagens adequadas.

Técnica de exame

  • Posicionamento:
    • Decúbito dorsal
    • A mesa é movida ao longo do scanner.
    • O doente deve permanecer imóvel durante a obtenção das imagens.
  • Visualização das imagens:
    • Imagens ponderadas em T1:
      • As lesões com elevado teor de gordura (por exemplo, lipoma) aparecem claras/brancas e os compartimentos com água aparecem escuros/pretos.
      • As imagens pós-contraste são tipicamente ponderadas em T1 devido às propriedades intrínsecas do gadolínio.
    • Imagens ponderadas em T2: os compartimentos com água aparecem brilhantes/brancos.
    • Imagens orientadas em cortes tridimensionais:
      • Coronal
      • Sagital
      • Axial
Tabela: Princípios gerais das imagens de ressonância magnética
Tecido Imagens ponderadas em T1 Imagens ponderadas em T2
Fluido (por exemplo, LCR) Escuro Claro
Gordura Claro Claro
Inflamação Escuro Claro

Interpretação e avaliação

  • A interpretação deve seguir um padrão sistemático e reprodutível.
  • Rever a história e os achados do exame objetivo.
  • Comparar com imagens recentes disponíveis da área em estudo.
  • Orientar a imagem.
  • Identificar estruturas anatómicas de referência.
  • Atentar na continuidade das estruturas ao percorrer os cortes da imagem.

Achados normais

  • Aparência normal do fígado na ressonância magnética
    • Localização no QSD
    • Margens suaves
    • Parênquima homogéneo
    • Intensidade ponderada em T1:
      • Isointenso relativamente aos músculos paravertebrais
      • Ligeiramente mais intenso que o baço e o rim
    • Intensidade ponderada em T2:
      • Menos intenso que o rim
      • Quistos hepáticos, hamartomas biliares, abcessos e hemangiomas são claros (comparados com o fígado).
    • Contraste:
      • Fase arterial: realce heterogéneo
      • Fase venosa: realce homogéneo do fígado
      • A fase tardia fornece informações relativamente à eliminação do contraste ou realce tardio da lesão .
      • Semelhante ao padrão na TC.
    • A intensidade do sinal do parênquima hepático normal é a mesma em imagens em fase e fora de fase.
  • Vias biliares:
    • Os ductos intra-hepáticos são muito pequenos e pouco visíveis em exames de contraste.
    • Colédoco: geralmente < 6 mm, mas é afetado pela idade e pela realização de uma colecistectomia prévia
  • Colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM)
    • Usada nos doentes com suspeita de doença pancreatobiliar e com comorbilidades que impedem a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)
    • Imagens ponderadas em T2 (o líquido pancreático e biliar são claros)
    • Um cálculo ou uma massa iriam causar um vazio de sinal.

Imagiologia Nuclear

Descrição geral

A medicina nuclear difere do resto da radiologia porque é imagiologia funcional, e não estrutural.

  • Exame de ácido iminodiacético hepatobiliar (HIDA) (ou colecintilografia):
    • Exame da vesícula biliar
    • O radiofármaco é normalmente absorvido pelo fígado e excretado pelo sistema biliar na bile.
  • Indicações:
    • Colecistite aguda com achados equívocos na ecografia
    • Atrésia biliar
    • Fuga biliar
    • Discinésia biliar (administrada colecistocinina e calculada a fração de ejeção da vesícula biliar)
  • Contraindicação: alergia ao radiomarcador (pode causar anafilaxia)

Técnica de exame

  • O doente deita-se em decúbito dorsal sobre uma mesa.
  • Utilização de radiofármacos:
    • Isótopos produzidos artificialmente ligados a agentes farmacêuticos (radioisótopos + molécula orgânica)
    • Administração IV
    • A molécula orgânica permite que os isótopos se concentrem no fígado e nas vias biliares (traçando o percurso da bile).
    • O radioisótopo emite radiação ionizante detetável (raios de alta energia) quando decai, o que é visível na imagem.
  • A máquina está equipada com uma câmara gama que deteta a radiação, formando uma imagem.
    • As imagens são obtidas em momentos diferentes.
    • Os sinais de diferentes áreas da via biliar (por exemplo, vesícula biliar, ducto biliar comum e duodeno) são revistos.

Achados normais

  • Ducto cístico patente: O marcador entra na vesícula biliar, tornando-a visível.
  • Colédoco e ampola patentes:
    • A visualização de contraste no colédoco, vesícula biliar e intestino delgado ocorre em cerca de 30 a 60 minutos.
    • Podem ser obtidas imagens tardias (3 a 4 horas) ou realizada estimulação com morfina se a vesícula biliar não for visível.
    • Se a vesícula biliar não for visível nas imagens tardias, os resultados são consistentes com colecistite aguda.

Diferentes resultados

Tabela: Interpretação
Achado imagiológico O que significa
Vias biliares visíveis Função hepática normal
Enchimento da vesícula biliar Ducto cístico patente
Radiomarcador visível no duodeno Ducto biliar comum (colédoco) patente
Radiomarcador não visível na vesícula biliar Vesícula biliar obstruída (colecistite aguda)
Radiomarcador não visível no duodeno Atrésia biliar
Radiomarcador fora do sistema biliar Fuga biliar
Cintilografia com ácido iminodiacético hepatobiliar normal

Exame de ácido iminodiacético hepatobiliar (HIDA) normal, que mostra a substância radioativa a mover-se através do sistema biliar

Imagem: “HIDA” de Myo Han. Licença: CC BY 3.0

Achados Anormais

Esteatose hepática

  • Ecografia:
    • Aumento da ecogenicidade do parênquima
    • Leva a que as tríades portais deixem de ser visíveis
    • A esteatose grave causa atenuação do feixe de ultrassons, o que irá obscurecer a visualização das regiões profundas do fígado.
  • TC:
    • Diminuição da atenuação do parênquima hepático devido à infiltração gordurosa (esteatose):
      • Definida como um valor de 10 unidades Hounsfield (UH) abaixo do valor do baço em exames sem contraste.
      • Um valor relativo < 40 UH também é aceitável em exames sem contraste.
    • Pode causar a aparência de vasos hiperdensos no fígado em exames sem contraste.
    • Pode mascarar lesões que são normalmente hipodensas em comparação com o parênquima hepático de fundo.
  • RM: A infiltração gordurosa do fígado leva à perda de sinal na imagem fora de fase em relação à imagem em fase.

Colecistite e colelitíase

  • Ecografia:
    • Achados mais sensíveis:
      • Colelitíase
      • Distensão da vesícula biliar
      • Sinal de Murphy vesicular positivo
    • Outros achados:
      • Líquido perivesicular (sinal da parede dupla)
      • Espessamento da parede > 3 mm
    • A colecistite enfisematosa causa múltiplos focos de ar interno, que obscurecem os detalhes subjacentes devido ao efeito de sombra.
  • TC:
    • Colelitíase: os cálculos podem ser invisíveis na TC já que existe pouca diferença de densidade entre a bile e os cálculos.
    • Cálculos no ducto biliar são consistentes com coledocolitíase.
    • Colecistite: distensão da vesícula biliar e espessamento da parede com alterações inflamatórias perivesiculares
  • RM: apresenta a maior sensibilidade na deteção de coledocolitíase — defeitos de preenchimento nas imagens ponderadas em T2.
  • HIDA: vesícula biliar não visível nas imagens tardias.

Cirrose

  • Ecografia:
    • Fígado com contorno nodular
    • Ecogenicidade aumentada
    • Atrofia do lobo hepático direito com hipertrofia do lobo caudado
    • Na doença avançada, o fígado torna-se de reduzidas dimensões.
    • Associada a hipertensão portal:
      • Veias colaterais
      • Aumento do diâmetro da veia porta
      • Fluxo diminuído na circulação portal (detetado por doppler)
    • A ecografia também é usada para estimar a rigidez do fígado (fibrose hepática): elastografia
  • TC (não utilizada rotineiramente para avaliar cirrose):
    • Atrofia do lobo hepático direito, hipertrofia do lobo caudado
    • Contorno hepático nodular
    • Sinais de hipertensão portal:
      • Veia porta dilatada
      • Varizes
      • Ascite
      • Esplenomegalia
  • RMN:
    • Papel pouco claro no diagnóstico de cirrose (a informação também pode ser obtida através de outros exames de imagem)
      • Pode ajudar nos casos de sobrecarga de ferro (estimativa da concentração hepática de ferro)
      • A AngioRM também é mais sensível para a deteção de trombose da veia porta, uma possível complicação da cirrose.
      • A elastografia por RM também é utilizada para quantificar a fibrose hepática.

Carcinoma hepatocelular

  • Ecografia:
    • Qualquer lesão num indivíduo com cirrose é suspeita.
    • Pode ser hiperecoico ou hipoecoico, com um halo de edema circundante.
  • TC:
    • Uma lesão com realce (capta contraste) num indivíduo com cirrose é suspeita de CHC.
    • Mostra realce arterial com washout rápido
  • RM:
    • A lesão apresenta realce arterial com washout rápido
    • Realce marginal nas imagens tardias pós-contraste condicionando um aspeto de cápsula.

Abcesso

  • Ecografia:
    • O abcesso piogénico pode ter aparências variadas, variando de lesões hipo a hiperecogénicas.
    • Podem ser observados ecos internos (de detritos e/ou septos).
  • TC (com contraste):
    • Lesão redonda bem definida, porém os abcessos complexos podem ter margens irregulares
    • Hipoatenuação central
  • RM:
    • Imagem ponderada em T1: baixa intensidade de sinal central
    • Imagem ponderada em T2: alta intensidade de sinal

Hemangioma

  • Ecografia:
    • Sem contraste: foco homogéneo hiperecoico bem definido relativamente ao parênquima hepático de fundo.
    • Contraste: Na fase arterial, há realce nodular periférico.
    • O Doppler pode mostrar o fluxo sanguíneo no hemangioma.
    • Pode ficar mascarado na presença de esteatose.
  • TC:
    • Fase inicial: realce nodular periférico
    • Fase tardia: “preenchimento” ou padrão centrípeto
  • RM:
    • Massa homogénea bem delimitada
    • Lesão hipointensa em imagens ponderadas em T1
    • Alta intensidade de sinal em imagens ponderadas em T2
    • Com contraste: realce nodular periférico, com progressão centrípeta.

Outras lesões hepáticas benignas

  • Hiperplasia nodular focal:
    • Ecografia:
      • Sem contraste: massa isoecoica
      • Com contraste: realce sustentado na fase arterial, com artérias centrais em padrão de roda de bicicleta na fase arterial (centrífuga).
    • TC:
      • Pré-contraste: isodensa
      • Com contraste: lesão hiperdensa homogénea na fase arterial, tornando-se isodensa (como o parênquima hepático) na fase venosa
      • A cicatriz central torna-se hiperdensa nas imagens tardias.
    • RM:
      • Apresenta a maior precisão diagnóstica.
      • Pré-contraste: isointensa nas imagens ponderadas em T1; ligeiramente hiperintensa nas imagens ponderadas em T2.
      • Com contraste: massa com realce homogéneo precoce (fase arterial), tornando-se uma massa isointensa (fase tardia)
      • Realce da cicatriz central observada na fase tardia.
    • Medicina nuclear (exame com coloide de enxofre tecnécio-99m):
      • A captação aumentada de coloide de enxofre (atividade das células de Kupffer) é observada em 60%–70% dos casos.
      • Auxilia na diferenciação relativamente ao adenoma (que não tem atividade das células de Kupffer)
  • Adenoma hepático:
    • Ecografia:
      • Sem contraste: massa heterogénea inespecífica
      • Com contraste: realce intenso rápido da periferia para o centro (centrípeto)
    • TC:
      • Sem contraste: lesão isodensa
      • Com contraste: pode ter realce periférico (fase arterial), depois terá um fluxo centrípeto (fase venosa portal)
      • Se existirem áreas de hemorragia, necrose e calcificação, o adenoma aparece heterogéneo.
    • RM com contraste:
      • Superior aos restantes métodos para diagnóstico de CHC
      • Fase arterial: lesão bem delimitada, com realce (heterogénea por hemorragia, necrose, esteatose)
      • O padrão nas fases tardias correlaciona-se com os subtipos moleculares na maioria dos casos.
    • Tipicamente não irá mostrar nenhuma captação no exame de medicina nuclear com coloide de enxofre tecnécio-99m.

Referências

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