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Fratura em Toro

Os ossos das crianças em crescimento têm características únicas. Estas características, combinadas com os mecanismos únicos de lesão observados em crianças, resultam em padrões de fratura que diferem significativamente daqueles que são comuns nos adultos. Quando são aplicadas cargas axiais, especialmente em ossos longos de crianças, as forças compressivas podem resultar na deformação do osso sem ruptura do periósteo. Estas fraturas são chamadas fraturas em toro e são consideradas globalmente estáveis, necessitando apenas de imobilização.

Última atualização: Apr 11, 2022

Responsibilidade editorial: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

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Descrição Geral

Definição

Uma fratura em toro é uma fratura que afeta principalmente o crescimento do osso metafisário secundária a uma carga compressiva, na qual o osso se deforma ou comprime.

Epidemiologia

  • Fratura comum em crianças
  • Pico de incidência: idades 7-12
  • Mais frequente em ossos longos
  • As fraturas em toro do rádio distal constituem 27% das fraturas pediátricas.
  • 50% das fracturas do punho em idade pediátrica são fraturas em toro.

Fisiopatologia

  • Características únicas do osso pediátrico:
    • Durante o crescimento, consiste em cartilagem calcificada
    • O periósteo é mais ativo, espesso e resistente.
    • Mais complacente
  • Fratura em toro causada por forças axiais/compressivas:
    • Cair sobre a mão estendida (FOOSH)
    • Saltar de lugares altos
  • O osso cortical com disrupção no lado côncavo aparece como uma protuberância ou proeminência, geralmente com pouca angulação.
Fratura em toro

Fratura em toro:
Causada principalmente por uma carga axial, uma fratura em toro é uma lesão comum observada principalmente na população pediátrica. A fratura apresenta-se com disrupção do osso cortical, mas com o periósteo intacto, aparecendo como uma protuberância ou proeminência, geralmente com pouca angulação.

Imagem por Lecturio.

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Apresentação Clínica e Diagnóstico

A apresentação clínica dos pacientes pediátricos com fraturas em toro é semelhante à dos pacientes com outras fraturas pediátricas.

História

  • O mecanismo de ação é consistente (forças aplicadas axialmente).
  • O paciente apresenta dor após o trauma, com diminuição da amplitude de movimento.

Exame físico

  • Dor localizada sobre o local da presumível fratura
  • A presença de edema e de hematomas depende do tempo decorrido desde a lesão.
  • O exame neurológico detalhado é essencial.

Imagiologia

  • Radiografias necessárias para diagnosticar fraturas em toro:
    • Devem ser obtidas pelo menos 2 incidências (ortogonais).
    • Os achados da fratura podem ser subtis: pode ser visível a deformidade de 1 ou ambos os lados do osso.
  • Recomenda-se obter a imagem da articulação acima e abaixo do osso lesionado para excluir outras lesões associadas.

Tratamento

A maioria das fraturas em toro são estáveis e tratadas com imobilização.

  • O alívio da dor e a imobilização são os principais pilares do tratamento.
  • Geralmente não deslocadas ou minimamente deslocadas
  • Consolidadas quando imobilizadas em gesso ou tala apropriada durante 3-4 semanas
Opções de imobilização para o antebraço

Opções de imobilização para o antebraço:
Em muitos pacientes, as fraturas pediátricas do antebraço consolidam com uma tala simples.

Image by Lecturio.

Relevância Clínica

Outras lesões importantes do esqueleto pediátrico:

  • Fratura em galho verde: fratura de espessura parcial que envolve a ruptura completa do osso cortical e do periósteo em apenas 1 lado do osso. Chamado “galho verde”, porque a fratura se assemelha à fratura num galho “verde” vivo, onde 1 lado do ramo permanece intacto. Alto risco de refratura e deve ser completamente imobilizada. Raramente requer redução, mas deve ser tratada com cautela para evitar deformidades de malunião ou angulação, e frequentemente deve ser referenciada para acompanhamento em ortopedia.
  • Fratura supracondiliana: fratura completa que afeta o úmero distal após uma queda sobre uma mão estendida (FOOSH). Fraturas comuns do cotovelo em crianças. Requer observação imediata por ortopedia, já que muitos casos estão associados a lesão neurovascular e requerem intervenção cirúrgica.
  • Fractura com avulsão da apófise: a apófise é um centro secundário de ossificação encontrado em segmentos de ossos que não suportam peso e é um local de inserção ligamentar ou tendinosa. A fratura aguda com avulsão da apófise ocorre quando uma porção da apófise é arrancada por um ligamento, geralmente secundária a movimentos explosivos e a contrações musculares excêntricas. Tratada principalmente de forma conservadora, com repouso e controlo da dor, mas pode requerer reparação cirúrgica se o fragmento de osso avulsionado for grande e tiver deslocamento significativo.

Referências

  1. Rennie L, Court-Brown CM, Mok JY, Beattie TF. The epidemiology of fractures in children. Injury. 2007 Aug;38(8):913-22. doi: 10.1016/j.injury.2007.01.036. Epub 2007 Jul 12. PMID: 17628559.
  2. Symons S, Rowsell M, Bhowal B, Dias JJ. Hospital versus home management of children with buckle fractures of the distal radius. A prospective, randomised trial. J Bone Joint Surg Br. 2001 May;83(4):556-60. doi: 10.1302/0301-620x.83b4.11211. PMID: 11380131.
  3. Love JC, Symes SA. Understanding rib fracture patterns: incomplete and buckle fractures. J Forensic Sci. 2004 Nov;49(6):1153-8. PMID: 15568684.

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