A espondilite anquilosante (também conhecida como doença de Bechterew ou doença de Marie-Strümpell) é uma espondiloartropatia seronegativa caracterizada por inflamação crónica e indolente do esqueleto axial. Nos casos de doença severa pode levar à fusão e rigidez da coluna vertebral. A espondilite anquilosante ocorre mais frequentemente em homens jovens e está fortemente associada ao HLA-B27. Os doentes desenvolvem dor progressiva na coluna vertebral (que melhora com a atividade), rigidez matinal e diminuição da amplitude de movimento. As manifestações extra-articulares incluem fadiga, entesite, uveíte anterior, doença pulmonar restritiva e doença inflamatória intestinal. O diagnóstico é feito com base na história clínica, exame objetivo e exame de imagem a demonstrar sacroileíte e sindesmófitos na coluna vertebral. A maioria dos doentes são tratados com fisioterapia e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Nas formas mais graves da doença pode ser necessário recorrer a inibidores do fator de necrose tumoral alfa ou a cirurgia.
Última atualização: Jan 8, 2023
A Espondilite Anquilosante (EA) é uma espondiloartropatia seronegativa caracterizada por inflamação crónica e indolente do esqueleto axial.
Use a mnemónica “PAIR” para lembrar as artropatias seronegativas:
Patogénese da espondilite anquilosante:
A inflamação promove a formação de sindesmófitos e a fusão dos discos intervertebrais e corpos vertebrais.
Patogénese da espondilite anquilosante:
A erosão do lado ilíaco das articulações sacroilíacas é o primeiro achado radiológico na espondilite anquilosante.
A uveíte anterior é uma manifestação extra-articular comum da espondilite anquilosante.
Imagem: “Anterior uveitis” de Christopher J. Gilani et al. Licença: CC BY 4.0Dactilite do 3º dedo na espondilite anquilosante
Imagem: “Involvement of the feet in patients with SpA” de Department of Rheumatology, Hospital General de México, Faculty of Medicine, Universidad Nacional Autónoma de México, Dr, Balmis 148, Colonia Doctores, México, DF 06720, Mexico. Licença: CC BY 2.0, adaptada por Lecturio.Teste de Schober: fotografia de um doente a demonstrar o teste de Schober para avaliar a mobilidade da coluna. Após serem colocadas marcas a 10 cm e a 5 cm do processo vertebral de L5, é pedido ao doente para fletir a coluna. Caso a distância não aumente >5 cm, o doente tem uma flexão lombar reduzida, o que é indicador de espondilite anquilosante.
Imagem: “Schober test” de Kamil Eyvazov et al. Licença: CC BY 4.0Teste FABER:
Este teste pode ser usado para detetar patologia da articulação da anca, coluna lombar ou sacroilíaca. Estes sinais são frequentemente positivos na espondilite anquilosante.
Sinal de Mennell:
Da esquerda para a direita: teste da articulação sacroilíaca, articulação da anca e coluna lombar. Este teste pode ser usado na avaliação da espondilite anquilosante.
Ângulo vertical do queixo-sobrancelha:
Esquerda: Doente com a coluna normal
Direita: Doente com espondilite anquilosante
Radiografia em perfil da coluna lombar na espondilite anquilosante:
Esta imagem permite visualizar a forma quadrada das vértebras e a aparência de “coluna em bambu” devido à fusão dos sindesmófitos.
Ressonância magnética da articulação sacroilíaca na espondilite anquilosante:
As setas apontam para o realce da articulação sacroilíaca direita sugerindo sacroileíte.
Ressonância magnética das articulações sacroilíacas na espondilite anquilosante:
Esta imagem demonstra sacroileíte bilateral com sinal hiperintenso em T2 (seta) na articulação SI.
Ressonâncias magnéticas em plano sagital na espondilite anquilosante:
Estas imagens apresentam lesões inflamatórias na coluna torácica e lombar (setas). Estas lesões também são visualizadas ao nível do processo espinhoso de L4 (setas curvas).
Radiografia da pelve na espondilite anquilosante:
Esta imagem demonstra sacroileíte avançada com fusão das articulações SI.
O tratamento requer uma abordagem multidisciplinar para diminuir a dor, aumentar a amplitude dos movimentos, diminuir a inflamação e melhorar a qualidade de vida.